Segundo um artigo publicado na BCC, mais de 80% das mulheres brasileiras usam anticoncepcionais. Um dos riscos da utilização desse medicamento é o desenvolvimento de trombose, principalmente em mulheres acima dos 30 anos. Ao se realizar uma cirurgia plástica, ou qualquer procedimento cirúrgico, o risco de trombose aumenta.
Portanto, hoje falaremos sobre:
- Relação entre trombose e anticoncepcionais.
- Trombose em cirurgias: quando acontece?
- Por que parar (ou não) de tomar anticoncepcional durante a cirurgia plástica?
Confira a seguir!
Relação entre trombose e anticoncepcionais
O uso de anticoncepcionais sempre teve efeitos colaterais na saúde das mulheres. Alguns deles são considerados leves, como:
- Diminuição da libido
- Aumento ou diminuição de acne
- Dores de cabeça
- Aumento de peso
Porém, outros são graves, como o aumento de chances de desenvolvimento de trombose venosa.
O risco depende da combinação hormonal presente no anticoncepcional (principalmente no que se refere à quantidade de estrogênio). Segundo o Hospital Oswaldo Cruz, os anticoncepcionais que mais oferecem risco de trombose são:
- Selene
- Diane
- Allestra
- Belara
- Ciclo 21
- Level
- Stezza
- Mercilon
- Microvilar
- Siblima
Não se sabe ao certo por que alguns anticoncepcionais têm esse efeito. Alguns estudos sugerem que algumas pílulas causam no organismo uma resistência às proteínas C-reativas, que são anticoagulantes. Com isso, o sistema circulatório fica desequilibrado e mais propício a criar coágulos, os causadores da trombose.
- Os contraceptivos orais à base de progestágenos e o estradiol transdérmico usados para reposição hormonal apresentam risco trombótico mínimo ou nenhum.
- Contraceptivos transdérmicos, vaginais ou intrauterinos e progestinas injetáveis demandam mais estudos para revelar se oferecem riscos iguais, superiores ou inferiores.
Trombose em cirurgias: quando acontece
Cirurgias, de modo geral, são as principais causas do desenvolvimento de Trombose Venosa Profunda (TVP).
Ela acontece quando um coágulo sanguíneo se forma nas veias profundas do corpo, geralmente na perna, causando inchaços nos membros inferiores. O risco é ter este coágulo circulando pelo corpo, pois, caso ele chegue aos pulmões, pode causar Embolia Pulmonar (EP). A embolia, por sua vez, pode ser fatal se bloquear o fluxo sanguíneo.
O risco de trombose em cirurgias está relacionado principalmente ao tempo de duração do procedimento. Quando você para de se mover, o sangue flui mais lentamente nas veias profundas, o que pode levar à formação de um coágulo. Por isso, dependendo de quantas horas o paciente ficar sem se mover, o risco aumenta.
Outros fatores relacionados à cirurgia que podem aumentar o risco de coágulos sanguíneos incluem:
- A maneira como o paciente fica posicionado durante a cirurgia.
- O tipo de anestesia utilizada.
Outros fatores que aumentam as chances de o paciente de ter trombose após uma cirurgia:
- Tabagismo
- Histórico de trombose na família
- Peso acima do recomendado
- Gravidez
- Câncer
Por que parar (ou não) de tomar anticoncepcional durante a cirurgia plástica?
Levando em consideração todos os riscos envolvidos durante uma cirurgia, tenha em mente o seguinte: o cirurgião e a equipe médica responsável pelo procedimento tentarão minimizar os riscos, para que coágulos não se desenvolvam.
Para isso, analisarão:
- Qual o tempo de cirurgia?
- Qual o histórico de saúde do paciente?
- Qual o histórico de saúde familiar do paciente?
- O que pode ser feito para minimizar os riscos?
- Quais fatores podem ser reduzidos durante o período do pós-operatório?
Em geral, uso do anticoncepcional e o consumo de cigarros são fatores que podem ser suspendidos, diminuindo o risco da formação de coágulos. Porém, algumas pacientes podem não precisar disso, principalmente se a cirurgia for rápida, como uma rinoplastia ou de implante de silicone.
Cada caso será avaliado minunciosamente pelo cirurgião plástico responsável.
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